Barreiras na
comunicação são alguns elementos que podem dificultar a recepção ou a
interpretação das mensagens. São os “ruídos” que interferem no processo
comunicacional. Muitas vezes, o profissional de comunicação está focado apenas
parte dos elementos que compõe o ato de comunicar. Esquece daquele velho jeito
de enxergar os elementos presentes nas trocas de informação: emissor, receptor,
mensagem e canal. Desde o momento que um emissor cria e emite uma mensagem por
um canal até a chegada ao receptor e sua interpretação, diversos fatores podem
interferir e prejudicar a eficácia comunicacional.
O comunicador
deve ser capaz de reconhecer essas barreiras, compreender sua origem e os
elementos que as criam, e procurar soluções a fim de minimizar seus efeitos. Muitos
problemas podem ser evitados se um bom diagnóstico for feito. Para melhor
entendermos as barreiras da comunicação, vamos classificá-las. Elas podem ser físicas, fisiológicas, semânticas ou
psicológicas.
Físicas – São barreiras que estão presentes
nos meios de comunicação. Você já tentou se comunicar em um ambiente com muito barulho?
Em um show de rock, por exemplo? O meio dificulta o trânsito da mensagem do
emissor até o receptor. Ou ainda, quando sua internet está com problemas, seu
sistema de rede está dando “pau”. Você manda um email, mas ele demora muito para
chegar ao destino, ou pior, nem chega. Barreiras físicas dificultam a
transmissão da mensagem o que pode até causar distorção no momento que é
recebida. A brincadeira do “telefone sem fio” pode ser outro exemplo.
Fisiológicas – Barreiras fisiológicas são dos próprios indivíduos envolvidos no processo. A malformação dos órgãos envolvidos na transmissão ou recepção das mensagens são os responsáveis pela dificuldade. Isso não quer dizer que a mensagem não vai cumprir o seu papel. O importante é que o comunicador esteja atento para encontrar os meios de comunicação mais adequados nessa situação.
Semânticas – Estas são barreiras de
inadequação da linguagem. A preocupação principal neste caso está na elaboração
da mensagem por parte do emissor. Ele deve conhecer para quem ele está
comunicando. Qual é seu repertório. Um exemplo é um programador de informática
conversando uma pessoa que não estudou nada de programação. A comunicação,
neste caso, não é eficaz. Usei um exemplo absurdo, mas isso não está distante
do dia a dia dos comunicadores das empresas. Muitas vezes o profissional
responsável pela comunicação está mais preocupado em colocar algo tangível no
mural, ou em lançar uma revista institucional, em números e resultados, e
esquece que a comunicação é feita para pessoas. E cada pessoa com sua
singularidade. O comunicador que esquece que a comunicação é feita por pessoas
para pessoas dificilmente tornará o ato eficaz. É como o Professor Paulo Nassar
diz, estará criando obesidade informativa.
Psicológica – Todas as barreiras são
muito importantes. Sem o cuidado com todas elas o comunicador pode correr
riscos. Mas a barreira psicológica, em minha opinião, é a mais comum e a mais
delicada. Elas são causadas pelos valores, crenças, cultura de cada indivíduo.
Tanto emissores quanto receptores. São a partir destes elementos que as pessoas
criar suas mensagens e as interpretam. Um exemplo, bem exagerado, é um
capitalista tentando se argumentar com um socialista. A conversa pode ir desde
um bate papo muito interessante e construtivo até uma crise enorme. O
comunicador deve ser capaz de detectar o contexto que está inserido. A cultura,
os valores, os interesses. E depois dizem que qualquer um pode fazer o trabalho
de um comunicador.
Esse texto é inspirado na leitura do livro Planejamento
de Relações Públicas na Comunicação Integrada da Professora Margarida Kunsch.
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